quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Até breve Levir, querido!




por Priscila Oliveira

A pressão de uma pequena parte da torcida do Atlético do Twitter já era grande. Os últimos maus resultados e a aparente indiferença da diretoria que, segundo informações, deixou o técnico atleticano em “modo de espera” pela definição do seu futuro no Clube, aumentou a ansiedade e cansou o “tio”. Não teve jeito! Levir Culpi não é mais o técnico do Atlético a partir de hoje, 26 de novembro de 2015. Ironicamente, no dia que completou um ano de uma das conquistas mais saborosas, épicas e importantes da história do Clube, e que ele estava no comando da trupe.

Um dos maiores técnicos da história do Atlético se despediu numa coletiva sozinho, sem ninguém da diretoria ao seu lado, mesmo que fosse simplesmente por educação. Era o momento de um líder estar presente e de caminhar até à porta da frente da casa com aquele que outrora proporcionou tantas alegrias ao Alvinegro e blindou a diretoria o quanto pôde, nesta última passagem. Levir nunca expôs o Clube desde a sua chegada e tomou para si a responsabilidade do elenco enxuto, das peças importantes que foram embora e das que não vieram. Ou você acredita mesmo que ele não queria reforços? Que técnico não quer reforço para o seu time? O jovem presidente do Galo deve ter esquecido de 2006. Porque a gratidão maior por Levir nasceu ali. “Errou! É jovem e vai aprender”, alguns disseram. Parece que só Levir não pode errar. Mesmo com toda trajetória e conhecimento que tem, em anos de futebol, isso o impede de errar. Deveria ser algo bom, mas parece ruim pra ele.

Parece que muitos que clamavam pela saída do Levir, são torcedores que, depois da Libertadores de 2013, começaram a ter uma exigência desmedida, a não desfrutar da jornada, a focar somente em título e a enxergar o copo sempre “meio vazio”. Tanto que o provável 2º lugar no Campeonato Brasileiro deste ano, é pouco para eles, numa competição totalmente influenciada pela arbitragem no momento decisivo. E, o que mais parecia incomodar esses torcedores, eram as coletivas sempre engraçadas do Levir, que tentava com elas aliviar a pressão dos jogadores que estavam disputando o título, tirar o foco. Não entendiam que aquilo era pura psicologia para ninguém atrapalhar o seu trabalho. “Prestenção”! Porque como ele vivia dizendo, o brasileiro é muito intenso. Ganha um jogo de goleada e vai ser o campeão, se perde feio outra partida, já começa a crise. Um tipo de gente que se apegou ao título de “Burro com sorte” do livro de Levir sem ler e entender que a burrice só estava ali no título mesmo. O cara é um vencedor e inteligente. E a sorte só aparece para quem trabalha. Perdoe-os Levir, a vida um dia ensina.

Assim, sozinho, entre lágrimas, ele disse que só queria ouvir que é um cara legal e se despediu com um até breve. Foi de cortar o coração. Confesso que foi difícil conter as lágrimas. Não contive! Chorei de tristeza pela maneira que ele saiu, com a mesma intensidade que chorei de alegria quando ele foi anunciado no período devastado, pós-autuori. LEVIR VOCÊ É UM CARA MUITO LEGAL! Um querido! E, você não estava sozinho naquele momento. Quem ainda acreditava no seu trabalho, ou que não acreditava, mas que tem gratidão, lhe deu um abraço imaginário naquela hora.  

Deixo o agradecimento mais profundo e sincero aos serviços prestados. Obrigada por ter arrumado o time bagunçado de autuori! Obrigada pela Recopa e a Copa do Brasil de 14 e o Mineiro de 15! Obrigada pelos jogos épicos contra gambás e urubus! Está perdoado por ter batido de frente com meus heróis Ronaldinho, Jô e Tardelli. O tempo mostrou que era preciso uma atitude e que você tinha razão. Dói admitir isso.  Obrigada pelas entrevistas hilárias com essa impressa esportiva mineira tendenciosa! Obrigada pelos 11 jogos de invencibilidade sobre o freguês citadino! Obrigada por ter doado a premiação que recebeu pela conquista da Copa do Brasil para os funcionários da Cidade do Galo, que estavam com salários atrasados! Esse ato foi um GRANDE exemplo de solidariedade dentro de um esporte em que a maioria quer ganhar mais e mais, sem compartilhar com ninguém. E, também por isso, obrigada pelo ser humano que foi à frente do Atlético! Obrigada, Levir! Até breve...

Foto: TV Galo 

Um ano da Copa do Brasil do Galo


por Priscila Oliveira

Há um ano, o Atlético se sagrou CAMpeão absoluto e inquestionável da Copa do Brasil. A CAMpanha foi épica e com um roteiro que só o Galo poderia ter: tragédia, emoção, viradas histórias e muita festa. O caminho que levou o Alvinegro ao título contou com duas viradas fantásticas, onde massacrou gambá e urubu nas quartas de final e na semi. Menosprezaram o time do #EuAcredito e o final a gente já sabia. Na final, a maior entre os dois times mineiros, a primeira numa disputa nacional, restou curtir o sabor de um título inédito sobre o freguês que mais treme na galáxia. Belo Horizonte parou para ver o Galo cantar mais alto em Minas Gerais, em rede nacional.

O lado azul da vergonha tentou calar nosso canto. Com ingresso caríssimo e pouco espaço concedido, impediu vários soldados da arquibancada de comparecer à festa, o que só fez aumentar nosso grito e calar a maioria presente no Mineirão naquela noite. O que tornou tudo ainda mais divertido e saboroso. Inesquecível!!!

Foi um campeonato em que o percurso até a final se destacou mais que o jogo derradeiro. Acostumados com batalhas impossíveis, estranhamos os mares calmos da final histórica. E, até hoje, esperamos pela tal “quarta-feira”.


Saudações Atleticanas!!!

Foto: Site oficial do Atlético