quinta-feira, 20 de março de 2014

Irreconhecível, Atlético empata no Horto

por Priscila Oliveira



Atlético e Nacional/Par ficaram novamente no empate, desta vez por 1 a 1 no estádio Independência na noite de quarta-feira, 19 de março. A partida foi válida pela 4ª rodada do Grupo 4, Fase de Grupos da Copa Bridgestone Libertadores da América. O Alvinegro tem oito pontos e se manteve na liderança do grupo. O gol atleticano foi de Ronaldinho Gaúcho e pênalti, aos 17 minutos do 1ºT. ele já havia perdido uma cobrança, aos 12.

É Massa! Parece que o trabalho será maior nessa temporada! Se em 2013 empurrou o time, neste ano vai ter que carregá-lo mesmo. Vai ter que ser no grito e, de novo, na fé que move montanhas, pensamentos, quem sabe, jogadores e técnicos.

Bom, se há partidas em que o Atlético perde o meio de campo, neste, o time nem o encontrou. Logo ali onde é tudo construído, de onde tudo se espera. Soma-se aí uma desorganização, uma previsibilidade de jogadas e a falta de alternativas.  E, surge uma questão: Este time titular tem treinado? Porque não parece. Não importa se Ronaldinho está mal, ou Tardelli não está tão bem, porque tem que voltar ao meio de campo para fazer a bola chegar ao ataque, ou se Jô não Jô fora da área. O time não tem que ser dependente de nenhum jogador e tem que haver alternativas para esses momentos. Não há! É preciso o mínimo de organização tática.

Assim, com o jogo de nervos que o time paraguaio e o árbitro se propuseram a fazer (com demora na reposição de bola e marcações de faltas em exagero para o adversário, respectivamente), o Atlético caiu fácil em um jogo que não era o dele e o resultado foi a perda de dois pontinhos preciosos no Horto. Adeus chance de ser o 1º lugar geral da Fase de Grupos. Logo no Horto! No geral todos mal, salvam-se apenas Marcos, Leo e Otamendi. Victor nem foi exigido. No ano passado, acima de tudo o Atlético foi campeão pela força de um grupo bem comandado por um treinador que sabia mexer com o emocional dos jogadores e que tinha o grupo nas mãos, assim como os adversários, porque estudava cada um.

Desde que chegou aqui, Paulo Autuori foi logo decretando logo o fim das ligações diretas no time e uma equipe de mais toque de bola, de jogadas construídas e ensaiadas. Dois meses se passaram e o que vemos é mais desconstrução eu construção. Será preciso mais fé! O que se viu foi uma correria que não levou a lugar algum. Professor, como você vai arrumar isso?

Acabou a ligação direta, com a velocidade do time, a dinâmica que confundia os adversários, a comunicação em campo. Acabou a força na bora parada e, com ela, lá se foram nossos gols de cabeças tão preciosos em 2013. É a era Autuori. Será que acabou a vontade também?  Os renegados não precisam provar mais nada? É isso? É sério? Se não estão com tanta ‘vontade’, será preciso o comprometimento que qualquer trabalhador deve ter.

Se cada um tem o seu estilo de trabalhar, Paulo está demorando a impor o seu.  A cada jogo, nos deparamos com um Atlético em campo. Tem-se um time reserva taticamente melhor e, logicamente, motivado. Mas o treinador não consegue dar a mesma liga no time de titulares.

Espero que a fé do torcedor não se acabe. Que os momentos de silêncio e algumas vaias ao time, ao final da partida, sejam coisas de momento. Atos que não podem se instalar de vez, porque aí sim, tudo estará perdido.

Mesmo com tudo de cabeça pra baixo, nosso papel é torcer e acreditar mais uma vez, vamos? Vamos imaginar que foi um daqueles jogos cruciais para as coisas voltarem ao rumo certo. E, porque, por enquanto, na pior das hipóteses, estamos classificados para a próxima fase. Fase em que tudo muda, é outra competição.

Contra o Nacional se viu um time sem alma! O grito da Massa não pareceu tocá-los, mas ainda assim, ela precisa gritar! Precisamos gritar, fazer a magia da coisa novamente. Eu acreditei no gol até o último minuto, como muitos, mesmo sabendo que ia maquiar mais uma vez a realidade. Mas, esse suposto gol não tiraria a péssima impressão do futebol da equipe. É como já escrevi por aqui, se não tratar de ter um bom futebol e vencer com sobra, nem sempre esse gol da vitória, ao apagar das luzes, virá.

"Lutar, lutar, lutar com toda nossa raça pra vencer"... Enfim, isso não pode faltar mais.

Saudações Atleticanas!

Foto: site oficial do Galo.

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