quinta-feira, 24 de abril de 2014

Muito milagre pra um santo só


por Priscila Oliveira

O Atlético perdeu por 1 a 0 para o Atlético Nacional de Medelín (Col.) nessa quarta-feira, 23 de abril, no estádio Atanásio Girardot. A partida foi válida pelo 1º jogo das Oitavas-de-final da Copa Bridgestone Libertadores da América 2014. O resultado tirou a invencibilidade do time na Libertadores de seis jogos e uma sequência de 18 partidas sem perder. A situação do Alvinegro para o jogo de volta é a seguinte, se fizer 1 a 0 a partida irá para os pênaltis, se levar um gol, terá de fazer dois e, assim, sucessivamente. 

Fácil não é! Impossível também não! Ainda mais para àqueles que se acostumaram com milagres em fases decisivas assim. Ainda mais que o resultado derrubou o técnico Paulo Autuori, que de santo não tem nada! Porque, como que ele, com um time visivelmente mal treinado, sem padrão de jogo, pode mudar a formação horas antes de um jogo de oitavas de final de Libertadores? O ex-técnico, do Galo e em atividade, fez isso. Colocou em campo uma formação, que nunca nem treinou, com três zagueiros em campo, transformou o melhor deles, Otamendi, em lateral-direito fixo e recompôs a zaga com Réver que volta de lesão e não joga há três meses? Ah não fosse Victor!

O craque Ronaldinho Gaúcho fez a melhor partida dele no ano, mas longe de ainda ser o que se espera. Foi tardiamente substituído por Guilherme, aos 38 minutos, que no primeiro toque na bola, um passe para o quase gol de Marion, que, aos 37, entrou no lugar de Fernandinho, esforçado, mas pouco objetivo, muito tarde para uma reação. O ex-técnico mexeu certo, mas já era tarde pra um time que pouco finalizou.

A derrota de 1 a 0 nos acréscimos da partida, 46’ do 2º tempo, ficou barato para o Galo, que sofreu um massacre, principalmente no segundo tempo. Como pressionou o time colombiano! Foram 18 finalizações do time colombiano contra duas do Atlético em todo o jogo. Finalizações estas de um atacante ainda sim respeitado pela Massa, Diego Tardelli e do um jovem Marion, que tem agradado. Que não são santos pra fazer milagre com tão pouca bola que chega para o arremate para as redes.

Só não ficou barato pra Victor, o goleiro santo, o São Victor do Galo, do Horto, da América. Pra ele saiu caro! Operou milagres durante a partida, no mínimo uns cinco e evitou uma goleada. Socou o chão inconformado após não poder evitar gol da derrota, como se tivesse culpa do erro de marcação do Donizete lá atrás. Foi muito milagre para só você de santo meu caro. Não lamente! Victor tem crédito para essa e para além desta vida!

Terminado o jogo, a incredubilidade tomou conta da maioria da torcida nas redes sociais. Só um fato novo de imediato pode trazer novos ares ao time e a confiança da Massa que em muito deixou de acreditar depois que teve Autuori chegou. Só um fato novo para impor outro espírito e motivação aos jogadores para correr atrás da classificação na Libertadores. E, de imediato, o ideal é mesmo a demissão de Autuori. Como foi dito por aqui, quando não tem perfil, identificação, sangue da veia, coração, pulso, meu amigo, não dá a liga com o Atlético, não há casamento com a torcida, nem precisa vir. Também, como foi dito, não ia dar para o time vencer na base de viradas nos últimos minutos sempre, ia chegar a hora que não daria tempo pra virar e chegou. Também não ia dar pra jogar covardemente e recuado com a única intenção de empatar. Quem joga pelo empate, geralmente perde, é a lei popular do futebol.

Pior é que nem dá para agradecer ao ex-técnico pelos serviços prestados, mesmo com a marca de 18 jogos de invencibilidade, simplesmente porque não se viu um trabalho sério, efetivo. Não se viu construção só DESconstrução daquele que foi o melhor Atlético de todos os tempos. Demorou-se (demorei eu) para entender que ele não arrumou a defesa, era Victor o mesmo e sempre salvador. Aliás, salva tudo desde o ano passado. Fosse séria a Seleção Brasileira, São Victor seria titular absoluto. Odeio a máxima do “Eu já sabia”, ainda mais quando essa vai de encontro com o algo ruim para o Atlético, mas esse cara no comando eram “favas contadas”.

Após a partida, poucos acreditaram que Kalil tomasse essa atitude radical, nesse momento. Até porque nunca quis ser santo e principalmente, lembrando de um passado recente no qual ele morreu abraçado com o péssimo Luxemburgo! Mas, como gosta de surpreender a Massa esse presidente! Posso até imaginar ele, atleticano que é, igual a todos, tenso pelos maus resultados e, na hora que lembrou que tem o poder de mudar isso, bateu no peito dizendo “Aqui é Galo!” e, assim, encaminhou Autuori para o RH. Afinal, “quem nada arrisca, arrisca muito mais”!

Bora acreditar de novo! #Faltam7

#VamuGalo


Saudações Atleticanas!!!

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