segunda-feira, 15 de julho de 2013

Acreditei, vivenciei uma noite interminável, comemorei e constatei que sim, podemos novamente sonhar



por Priscila Oliveira

Não poderia deixar de descrever minha emoção diante de mais um jogo histórico: Atlético 3 x 2 Newell’s Old Boys.

Pois bem, na noite do de 10 de julho cheguei ao Horto confiante. Longe de achar fácil, apenas confiei que o universo seria justo! Há dois dias sem dormir, pensando apenas na decisão da vaga para a final da Libertadores 2013, entendi que só restava acreditar! Então, acreditei!

Aliás, nunca deixei de acreditar no Atlético nem nos momentos mais críticos, não seria a primeira vez em um momento tão mágico. Não eu que sempre sonhei com um momento assim!

Acreditei porque o Atlético me deu motivo para isso: pela brilhante campanha em toda a competição, aliás, pelo futebol que o time atleticano joga desde o Campeonato Mineiro de 2012, passando por uma campanha brilhante no Campeonato Brasileiro do mesmo ano, quando as forças ocultas do futebol tirou da nossa garganta o grito de ‘Bicampeão Brasileiro’. Confesso que essas ‘forças ocultas’ me fizeram sentir um friozinho na barriga naquela noite. Mas, ainda assim, pelo time, a confiança era maior que tal do medo.

Esse time que a mídia rende elogios, desde a classificação para a semifinal diante do Tijuana, que cravaram como melhor time do Brasil e o favorito para o título da Libertadores 2013, é o mesmo time que eu e a Massa acreditamos desde sempre. É o mesmo time de um Ronaldinho que chegou aqui execrado pelo Brasil e que na nossa loucura santa, apoiamos e confiamos. Acreditar faz parta da essência Atleticana!

Simplesmente acreditei! “Vencer, vencer, vencer este é o nosso ideal”! Nada suficiente forte me faria desacreditar naquele dia. E o gol de Bernard logo aos 3 minutos de jogo me levou ao delírio junto com a Massa! Acreditei na goleada! A partir deste gol, senti todas as emoções de uma vida, de uma longa caminhada ao lado do Atlético. Como a mente pode viajar pela vida em segundos. Vi-me lá em 92 com um Motorádio preto de 6 faixas no ouvido acompanhando o Galo na Conmebol que vencemos. Não lembro nada da competição, a não ser o que li depois. Mas, lembro-me da minha confiança e empolgação, ouvindo o jogo do rádio de pai. E eu tinha essa confiança de criança naquela noite!
Na arquibancada a Massa não parava de cantar: “Vamos ganhar Galô” e eu embarquei junto, como sempre!

Em campo, vi um árbitro que parava o jogo a todo momento com marcações de faltas constantes para o adversário. E tive medo... Deixa meu Galo jogar! Gritei com toda força. Sofri com o gol impedido do Newell’s antes de saber que havia sido anulado. Sofri de novo pelo pênalti não marcado em Jô.

É semifinal de Liberadores gente! Aqui é o Galo forte vingador e lutador... Vi um time que lutou a todo momento. Não tinha bola perdida! Vi um Atlético que também lutava contra o tempo e um adversário que lhe roubava esse tempo. Enlouqueci com os eternos 10’ de atendimento ao goleiro argentino dentro de campo.

Ao pensar na arbitragem, surtei! No súbito de um choro inconsolável, me lembrei de parte de uma história do Atlético incompleta, interrompida pelos apitos inimigos! Nesse momento ouvi palavras de incentivo de irmãs de alma atleticana que afirmavam que daria tudo certo. A confiança voltou maior ainda. Eu sabia que daria certo, a aflição era por não saber como.

De volta para o 2º tempo me esqueci do apito e segui com fé! A Massa gritava, o time lutava, o árbitro anulou mais um pênalti, desta vez em Tardelli... Enfim, as oportunidades apareciam, mas o gol não saía. Nervosos e apreensivos a maioria dos torcedores emudeceram. O grito deles não saía! Gritei sozinha: -Vai pra cima deles Galôôô!!!

O apagar dos refletores não fez bem apenas ao Atlético, mas também a Massa que voltou a cantar e ainda mais forte: -Eu acredito! Ah! E como foi bom acreditar que até que um apagão seria benéfico ao time. Como foi bom constatar que realmente foi! Proposital ou não! Fato é que não se tinha muito a perder naquele momento e a providencia divina ou humana deu certo! Seria o ‘apagão’ a ‘surpresa’ que Cuca tanto falou antes da partida? Atleticano acredita nisso! Acredita em tudo que é bom para o Clube que ama!

Sempre contestei Guilherme, pelo seu nascedouro. Mas quando aquela bola sobrou para ele, após tentativa de Luan e rebatida do zagueiro, sinto que antevi o gol. Goooooooollllllllll! Um grito que saiu da garganta, do coração, do pulmão, do fígado! Explodi de emoção e me vi sem forças. Ajoelhada caí novamente em um choro de pura alegria, de alívio... Quem diria Guilherme? Muitos oravam e me juntei a eles. Há muito não misturava religião e futebol, mas, depois desse gol de Guilherme não tinha mais como não associar o que acontecia diante dos meus olhos ao Divino.

Não houve tempo para o terceiro gol que nos livrasse da decisão para os pênaltis. Prosseguimos!

Ainda bem que Victor tirou meu trauma de ver cobrança de pênalti, desde aquele que ele defendeu aos 48 minutos do 2º tempo contra o Tijuana. Não gosto de pensar em pênalti como ‘loteria’, acredito no trabalho e no treinamento. Por via das dúvidas, ajoelhei, orei, pedi a Deus para ajudar o melhor, aquele que trabalhou mais sério e merecia ir para a final. Tendenciosa eu, implorei para que fizesse que a maioria da torcida ali presente voltasse para a casa feliz! E, ajoelhada e olhando entre as grades, assisti a cada cobrança de pênalti com o mantra: Faz! Faz! Faz! Defende Victor! Defende Victor! Defende Victor! Fizemos três, Victor defendeu um, o último!

Eu só agradecia, chorava e sorria! Nunca senti uma emoção tamanha como aquela! Nunca fui tão feliz!

Mais uma vez, comemoramos uma defesa como se fosse um gol! Mais uma vez, Victor mostra quem é o nome do Galo na Libertadores, mais uma vez ele decidiu e cravou o Atlético na disputa inédita do Clube em uma final de Libertadores.

É gostoso ser Atleticana!!! O que eu vi nas arquibancadas foi uma alegria contagiante! As pessoas sorriam, choravam, agradeciam... Engraçado como a minha ficha não caia... Nem a minha nem a de ninguém...

Eu não consegui arredar o pé dali... Acabara de vivenciar as emoções mais genuínas que um jogo de futebol do clube pode proporcionar.

A emoção das arquibancadas transcendia no campo na comemoração dos jogadores/torcedores. Mais uma vez constatei qual é bom ser atleticana!

Acreditei, vivenciei uma história linda naquela noite interminável, comemorei e constatei que sim, podemos novamente sonhar. É um novo Atlético! Talvez o maior que se já se viu

Somos finalistas da Copa Bridgestone Libertadores da América 2013!



Vem mais emoção por aí! Vamos com fé e humildade! 

É possível! Yes, we CAM!


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