por Priscila Oliveira
Em meados de fevereiro, quando se iniciou
a Copa Bridgestone Libertadores da América 2013 para o Atlético, sonhei que
visitava a Taça na Sede de Lourdes e procurava a plaquinha com a inscrição do
Alvinegro como CAMpeão...
Que noite foi aquela que não fez a ficha
cair até agora? É difícil encontrar as palavras certas para descrever tamanha
emoção, tamanha alegria que contagia meu coração, a Massa, Minas, o Brasil e a
América. Ah, Roberto Drummond precisava estar por aqui, Elias Kalil também... Quem
disse que não estavam no Mineirão naquele dia?
Quando o Galo entrou em campo naquela
noite foi um sentimento diferentemente especial. Foi uma mistura de fé e medo
para escrever o último capítulo da participação do Alvinegro na Copa
Libertadores.
Quando Ronaldinho puxou a fila das feras
para o CAMpo, senti a firmeza de um CAMpeão. Quando a bola rolou, o time
atleticano ansioso, não conseguiu transformar vontade em gol, o nervosismo
passou para a Massa, que ora emudeceu, ora cantou: -Vai pra cima deles Galooo!
Quando iniciou o 2º tempo, encontramos o
nosso futebol, aquele que encantou a América desde o início. Foi quando Jô, aos
57 segundos, fez o nosso primeiro gol, depois de cruzamento de Bernard. Jô,
outrora cachaceiro, agora artilheiro isolado da maior competição da América. Foi assim que a Massa retomou mais que nunca a sua fé! Gritamos como nunca nosso coro de EU
ACREDITO, confiamos como sempre.
Vimos um Atlético, senhor do jogo, lutar,
lutar, lutar para fazer o segundo gol, àquele que nos levou para a
prorrogação. E, ele veio aos 42 minutos do 2º tempo, com o zagueiro artilheiro
Leonardo Silva de cabeça, no momento em que seu corpo estava desequilibrado.
Léo Silva que em sonho conversou comigo na semifinal, afirmando que realmente estavam
todos focados no título e dizendo para que eu ficasse tranquila. Atlético 2 a 0.
Seguimos para uma prorrogação que me lembrou
duma final do mundial de Clubes entre Santos e Barcelona, onde o time paulista
não encostou o pé na bola e parou para ver o time espanhol jogar. Mas não era o
Barça, ali estava o mineiríssimo Atlético dominando um Olimpia paraguaio que não
viu a cor da bola. E, quando viu, em um lance onde o goleiro Víctor se adiantou
e o adversário estava sozinho com a bola, o gramado do Mineirão deu uma
rasteira nele e salvou o Galo do que poderia ser um gol que daria fim ao nosso sonho. Naquele
momento, a cabeça de burro outrora enterrada no estádio começava a ser
desenterrada. Atlético 0 a 0.
Seguimos para o pênaltis. Mas, o cenário
não era o de aflição do pênalti marcado por um árbitro aos 46 minutos da partida
contra o Tijuana, tão pouco tinha o clima apreensivo do jogo contra o ‘osso
duro de roer’ do Newells’ Old Boys. A confiança era total em um time que estava
mais inteiro e, nitidamente, mais preparado que o adversário.
Foi quando o pé esquerdo de São Victor do
Galo apareceu novamente e defendeu a primeira cobrança. Alecsandro fez, o adversário
também; Guilherme fez, o adversário também; Jô fez e o adversário também. E nada abalava a fé da Massa. O zagueiro Leonardo
Silva foi para a cobrança com a confiança de um atacante matador e também
fez o dele.
Quando chegou a última cobrança do Olimpia,
Víctor não precisou operar mais milagre algum. A bola da cobrança do adversário
bateu na trave. Trave que tantas vezes nos roubou o grito de CAMpeão se rendeu neste jogo ao futebol mais encantador da América e cravou o Atlético CAMpeão da
Libertadores 2013. Atlético 4 x 3.
Um título de um time tido como cavalo
paraguaio pela mídia do ‘eixo’ e torcedores rivais. Que cavalo paraguaio que nada. Trata-se de
um pura raça, puro sangue alvinegro.
Título de um Ronaldinho acabado, um Jô
desacreditado, um Tardelli que muitos não botaram fé, de um Víctor que alguns
desconfiavam, de um Bernard de malas prontas, de um Guilherme que virou
mocinho...
Título do dia 13 de Deus (em fevereiro)
quando tudo começou incrivelmente aos 13 minutos de partida contra o São Paulo,
título da água de Deus, do pé esquerdo de Deus, do Horto divino, do Mineirão
curado! Título de todos esses detalhes que carregaram o time para a glória.
Título de um novo Atlético que renasce mais
forte, mais vingador, encantador! Sim estamos diante do melhor Atlético de
todos os tempos! Que em momento algum desmerece tantas outras grandes trupes
que vestiram este manto Alvinegro, porque todos e tudo o que vivemos até aqui nos
preparou para essa conquista.
Título meu, do torcedor Atleticano que
acredita! Que bota fé! Título da Massa comemorado madrugada afora, dias afora,
quiçá meses... Massa que sabia que um dia essa paixão daria certo! Deu! Rumo ao
Marrocos!
Título da vontade, do foco, da fé de Cuca
em sua santa, da fé de torcedores, da emoção surreal que todos nós vivemos
desde as quartas-de-final. Na verdade, acho que realmente ganhamos o título
ali. A verdade é que nunca acreditamos que seria tão Atleticano como foi! Acredite mais uma vez: somos CAMpeões!
Aaah! Lembra do sonho que citei no início
do texto? Depois de mais de quatro meses de perseguição, eu encontrei a placa
na Taça que repousa em Lourdes!
Clube Atlético Mineiro – CAMpeoníssimo da
Copa Libertadores de 13!!!
Não falta mais nada! Comemora Massa!!!
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