por Priscila Oliveira
De forma épica, mais uma vez, Galo
contradiz a própria história. Foi lá, jogou tudo o que podia fez os gols
necessários, virou, goleou e está na semifinal da Copa do Brasil 2014.
O Atlético venceu por 4 a 1 o Corinthians, de
virada, na noite dessa quarta-feira, 15 de outubro no Mineirão. Estádio que
mais uma vez foi o palco de mais um triunfo heroico atleticano. A partida foi
válida pelo jogo de volta das quartas-de-final da competição. O adversário do
Alvinegro na semifinal será o Flamengo.
Em mais um acerto de
contas com a história, digamos que o Corinthians foi para o Atlético, o que o São
Paulo foi na Libertadores de 13. Mesmo com o Galo saindo à frente do placar no
primeiro jogo das Oitavas daquela disputa, o time enaltecido, favorito, foi o
tricolor paulista que chegou com o ego inflado pela confiança que a imprensa do
eixo depositou nele. Tal qual o timãozinho este ano, que não só chegou todo
confiante como saiu na frente no placar. Só esqueceram de avisar ao bando
paulista que o Atlético mudou muito desde que eliminou aquele ‘soberano’
tricolor no ano passado. O “todo
poderoso” levou um, dois, três, quatro gols, a virada e, junto com a torcida
fiel emudecida, colocou a viola no saco e tomou o caminho de volta à Itaquera digerindo
o orgulho e a arrogância para reconhecer todo o mérito da vitória irretocável
do Galo forte e vingador.
Eram esperados cerca 60
mil pessoas para a festa, mas pouco mais de 32 mil torcedores atleticanos compareceram.
Como cada atleticano de fé valem por dois, o número de presente não fez a
mínima diferença (talvez financeira). O gol corinthiano Guerrero logo aos 4 minutos
do 1º tempo poderia ter sido o golpe fatal, mas surtiu o efeito contrário. Inflou
a Massa, tranquilizou o time e fez a grande diferença dos paulistas no placar
começar a virar pó.
As vozes ensandecidas
do povo foram o combustível para, aquilo que o comentarista Paulo Vinícius Coelho chamou de, o Galo carrossel de Levir. Que começou a girar no ritmo da classificação
aos 23 minutos, quando Guilherme tentou lançar para Luan e a bola parou no gol.
Na opinião de quem vos escreve, o gol foi de Guilherme mesmo, não parece que a
Luan tenha encostado na bola. Na súmula gol de Luan. O que importa: Atlético 1
a 1. Aos 31 minutos, novamente Guilherme chutou de fora da área, a bola desviou
na zaga e matou o gigante e abelhudo goleiro Cássio no lance. Atlético 2 a 1.
O Galo era dono do
terreiro, era mais cá do que lá. Quem acompanhava o jogo sabia que o terceiro
gol era uma
questão de tempo. O que ninguém previa era que o gol viria dos pés de Guilherme
de novo. Aos 29 minutos do 2º tempo, como num lance de sinuca, Douglas Santos tacou
a bola na área, ela rebateu em Carlos e sobrou para o meia encaçapar. Atlético 3 a 1. O Divino poupou o calejado coração atleticano e a cabeçada de Edcarlos aos 42 minutos do 2º tempo colocou o time direto na
semifinal e levou ao delírio os torcedores. Uma explosão de alegria tomou conta
das arquibancadas. As reações dos torcedores lembraram em muito a do título da
Libertadores, afinal do outro lado estava o Corinthians que tantas vezes roubou
o sonho atleticano do ápice.
Vitória que começou com
Diego Tardelli que estava a serviço da Seleção, viajou um dia para chegar em Belo
Horizonte e ir direto para o estádio, colocar o uniforme e ir para a batalha. O
resto da trupe colocou mais que o uniforme e se se vestiu com a vontade do
craque. Mito, ídolo de verdade dá exemplos para mostrar que ainda há amor à
camisa no milionário mundo da bola. O amor, a vontade de Tardelli foram tão importantes quanto à frieza de Guilherme nessa disputa, assim como em outras decisões históricas
do Clube. Sim, três gols dele (Luan não tocou naquela bola, embora merecesse),
fora as assistências durante a partida. Foi o herói da vez. Vitória que passa
pelos pés e raça do adorável descompensado Luan. Ainda com as costelas
fraturadas lutou bravamente, deixou o campo em prantos por prevenção. Passa por
um goleiro que não se abate e se mostra solidário, deixa espaço para outros serem
protagonistas. Passa ainda pela qualidade de Marcos Rocha e Donizete, a
expectativa da bola na trave de Carlos, a promessa de solução definitiva na
lateral-esquerda com Douglas Santos. Tem a correria de Maicossuel e Marion e a
seriedade de Jemerson que falhou, mas salvou outras tantas. Tudo somado a uma
fé fortalecida da Massa. Deu Galo de novo!
Por trás de tudo isso, um
árduo e inteligente trabalho do técnico Levir Culpi. O treinador, que lida
diariamente com o grande número desfalques, escalou Tardelli por telefone, treinou
o posicionamento do time em campo por palestra e fez destruir o consistente e reconhecido
sistema defensivo corinthiano. Podia ter sido de mais. Pelo menos de mais um
gol, o de Marcos Rocha que, ao ver a meta sem goleiro, arriscou ali da linha do
meio de campo e a bola viajou com destino certo, mas o jogador adversário Fagner
salvou o beijo dela na rede. Tá bom! Não precisava de mais. Que essa bola entre
contra o adversário da semi.
Se o técnico Mano
Menezes inventou uma dancinha de comemoração de vitória lá no Itaquerão, quem
aprendeu a dançar e fez apresentação ao público foram os jogadores atleticanos,
e parte da comissão técnica, ao final da partida.
O Atlético que, em seis
mata-matas, nunca tinha eliminado o Corinthians ficou no passado, o Galo que na
hora H ficava no quase, também parece ter ficado, é o que todos esperam.
Vitória de superação e imposição. É melhor respeitar! Acostumem-se, o Atlético
mudou para sempre.
“Só o Atlético mesmo
pode preparar uma situação dessas” CULPI, Levir (emocionado)
#Fatam4
#AvanteGalo
Saudações
Atleticanas!!!
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