quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Atlético dá show de bola, goleia de virada e elimina o favorito Corinthians no Mineirão





por Priscila Oliveira

De forma épica, mais uma vez, Galo contradiz a própria história. Foi lá, jogou tudo o que podia fez os gols necessários, virou, goleou e está na semifinal da Copa do Brasil 2014.

 O Atlético venceu por 4 a 1 o Corinthians, de virada, na noite dessa quarta-feira, 15 de outubro no Mineirão. Estádio que mais uma vez foi o palco de mais um triunfo heroico atleticano. A partida foi válida pelo jogo de volta das quartas-de-final da competição. O adversário do Alvinegro na semifinal será o Flamengo.

Em mais um acerto de contas com a história, digamos que o Corinthians foi para o Atlético, o que o São Paulo foi na Libertadores de 13. Mesmo com o Galo saindo à frente do placar no primeiro jogo das Oitavas daquela disputa, o time enaltecido, favorito, foi o tricolor paulista que chegou com o ego inflado pela confiança que a imprensa do eixo depositou nele. Tal qual o timãozinho este ano, que não só chegou todo confiante como saiu na frente no placar. Só esqueceram de avisar ao bando paulista que o Atlético mudou muito desde que eliminou aquele ‘soberano’ tricolor no ano passado.  O “todo poderoso” levou um, dois, três, quatro gols, a virada e, junto com a torcida fiel emudecida, colocou a viola no saco e tomou o caminho de volta à Itaquera digerindo o orgulho e a arrogância para reconhecer todo o mérito da vitória irretocável do Galo forte e vingador.

Eram esperados cerca 60 mil pessoas para a festa, mas pouco mais de 32 mil torcedores atleticanos compareceram. Como cada atleticano de fé valem por dois, o número de presente não fez a mínima diferença (talvez financeira). O gol corinthiano Guerrero logo aos 4 minutos do 1º tempo poderia ter sido o golpe fatal, mas surtiu o efeito contrário. Inflou a Massa, tranquilizou o time e fez a grande diferença dos paulistas no placar começar a virar pó. 

As vozes ensandecidas do povo foram o combustível para, aquilo que o comentarista Paulo Vinícius Coelho chamou de, o Galo carrossel de Levir. Que começou a girar no ritmo da classificação aos 23 minutos, quando Guilherme tentou lançar para Luan e a bola parou no gol. Na opinião de quem vos escreve, o gol foi de Guilherme mesmo, não parece que a Luan tenha encostado na bola. Na súmula gol de Luan. O que importa: Atlético 1 a 1. Aos 31 minutos, novamente Guilherme chutou de fora da área, a bola desviou na zaga e matou o gigante e abelhudo goleiro Cássio no lance. Atlético 2 a 1.

O Galo era dono do terreiro, era mais cá do que lá. Quem acompanhava o jogo sabia que o terceiro gol era uma questão de tempo. O que ninguém previa era que o gol viria dos pés de Guilherme de novo. Aos 29 minutos do 2º tempo, como num lance de sinuca, Douglas Santos tacou a bola na área, ela rebateu em Carlos e sobrou para o meia encaçapar. Atlético 3 a 1. O Divino poupou o calejado coração atleticano e a cabeçada de Edcarlos aos 42 minutos do 2º tempo colocou o time direto na semifinal e levou ao delírio os torcedores. Uma explosão de alegria tomou conta das arquibancadas. As reações dos torcedores lembraram em muito a do título da Libertadores, afinal do outro lado estava o Corinthians que tantas vezes roubou o sonho atleticano do ápice.

Vitória que começou com Diego Tardelli que estava a serviço da Seleção, viajou um dia para chegar em Belo Horizonte e ir direto para o estádio, colocar o uniforme e ir para a batalha. O resto da trupe colocou mais que o uniforme e se se vestiu com a vontade do craque. Mito, ídolo de verdade dá exemplos para mostrar que ainda há amor à camisa no milionário mundo da bola. O amor, a vontade de Tardelli foram tão importantes quanto à frieza de Guilherme nessa disputa, assim como em outras decisões históricas do Clube. Sim, três gols dele (Luan não tocou naquela bola, embora merecesse), fora as assistências durante a partida. Foi o herói da vez. Vitória que passa pelos pés e raça do adorável descompensado Luan. Ainda com as costelas fraturadas lutou bravamente, deixou o campo em prantos por prevenção. Passa por um goleiro que não se abate e se mostra solidário, deixa espaço para outros serem protagonistas. Passa ainda pela qualidade de Marcos Rocha e Donizete, a expectativa da bola na trave de Carlos, a promessa de solução definitiva na lateral-esquerda com Douglas Santos. Tem a correria de Maicossuel e Marion e a seriedade de Jemerson que falhou, mas salvou outras tantas. Tudo somado a uma fé fortalecida da Massa. Deu Galo de novo!

Por trás de tudo isso, um árduo e inteligente trabalho do técnico Levir Culpi. O treinador, que lida diariamente com o grande número desfalques, escalou Tardelli por telefone, treinou o posicionamento do time em campo por palestra e fez destruir o consistente e reconhecido sistema defensivo corinthiano. Podia ter sido de mais. Pelo menos de mais um gol, o de Marcos Rocha que, ao ver a meta sem goleiro, arriscou ali da linha do meio de campo e a bola viajou com destino certo, mas o jogador adversário Fagner salvou o beijo dela na rede. Tá bom! Não precisava de mais. Que essa bola entre contra o adversário da semi.

Se o técnico Mano Menezes inventou uma dancinha de comemoração de vitória lá no Itaquerão, quem aprendeu a dançar e fez apresentação ao público foram os jogadores atleticanos, e parte da comissão técnica, ao final da partida.  

O Atlético que, em seis mata-matas, nunca tinha eliminado o Corinthians ficou no passado, o Galo que na hora H ficava no quase, também parece ter ficado, é o que todos esperam. Vitória de superação e imposição. É melhor respeitar! Acostumem-se, o Atlético mudou para sempre.

“Só o Atlético mesmo pode preparar uma situação dessas” CULPI, Levir (emocionado)

#Fatam4
#AvanteGalo

Saudações Atleticanas!!!


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