Mais um jogo épico para mais um saudoso capítulo da história do Alvinegro
por
Priscila Oliveira
Foi uma decisão de Galo
como só com o Atlético pode ser! Entre os torcedores a confiança emanada de uma
onda de energia positiva pairava no ar. A
noite estava negra e um pouco fria, a casa estava cheia e no embalo da Massa, o
gol de Bernard de pé esquerdo logo aos 3 minutos de jogo, depois de um passe perfeito do meio de campo de Ronaldinho Gaúcho, pareceu ser um sinal de que a classificação
viria fácil! Doce engano! Fosse fácil não seria Galo...
Os 87 minutos restantes
do tempo normal foi da mais pura emoção e catimba
do adversário. Teve de tudo um pouco. Muitas chances criadas pelo Atlético, que
lutou do início ao fim com uma atuação coletiva perfeita. Teve a famosa milonga argentina e muita cera do Newell’s,
muita enrolação para apenas duas finalizações em toda a partida. Teve o goleiro
adversário que se contundiu e foi atendido em campo por nove minutos e, teve
ainda, um apito que só marcava falta para o adversário, um verdadeiro assaltou
ao Alvinegro dentro da própria casa.
Enquanto isso, o tempo
passava acelerado. Na arquibancada, torcedores não sabiam se cantavam, se
choravam, se sorriam. Foi o tempo todo assim: confiança e tensão! Até que aos
32 minutos do 2º tempo as luzes de uma parte do estádio começaram a se apagar e
a partida teve que ser interrompida pela segunda vez. Na conta do Atleticano,
que gosta de ressaltar este numero, faltavam 13 minutos para terminar o jogo.
Bendito seja o número 13! Mais uma longa paralisação em uma decisão que acelerava
e multiplicava os minutos na mesma proporção, em uma marcação confusa do tempo.
Enquanto isso, um coro de 20 mil vozes cantarolava a pleno pulmões de “ÔôôôÔôh!
Eu acredito’ para incendiar novamente o jogo. E foi nesse apagar das luzes que
o Atlético encontrou novamente o caminho do gol.
Assim que a bola rolou,
Alecsandro e Guilherme entraram no lugar de Tardelli e Bernard, respectivamente.
Depois de um quase gol, Guilherme teve mais uma chance e não desperdiçou. Na
tentativa à distancia de Luan, o adversário rebateu e a bola encontrou Guilherme.
Um clarão se abriu diante do jogador que, de fora da área, pegou bem na bola e
bateu forte. Um golaço de pé direito! O estádio explodiu de alegria pela segunda vez. Quem
arriscaria em dizer que Guilherme faria um dos gols mais importantes da história
do Atlético? Ele fez! Parece que essa história também quer transformar bandido
em mocinho, pois que seja! E são surpresas assim que dão mais emoção ao conto!
Atlético 2 a 0, um placar que levou a decisão para os pênaltis.
Dizem que pênalti é
sorte, loteria! Prefiro acreditar no trabalho de quem treina, de quem estuda o
adversário e daqueles que na hora da cobrança estão psicologicamente preparados.
Na tentativa de lidar com o racional, uma fezinha, uma oração, um ritual é
sempre bem-vindo na hora das cobranças por via das dúvidas, porque para o
torcedor é um pouco mais complicado essa história. O passado assombra, um filme
passa na cabeça. Uns deixam o estádio, outros fecham os olhos para não ver e há
aquele que, de joelhos, nem piscam para ver.
O Atlético acertou as
duas primeiras cobranças com Alecsandro e Guilherme, o time argentino também,
com Scocco, Vergini. Jô e Richarlyson mandaram a
bola para fora pelo Galo, assim como Casco e Cruzado pelo Newell’s também
mandaram. Ronaldinho Gaúcho foi para a última cobrança do Alvinegro e fez, com
categoria, Atlético 3 a 2. E, mais uma vez, sobrou para Victor decidir o
destino do time, assim como contra o Tijuana. Maxi Rodrigues foi para a
cobrança e, mais uma vez, o goleiro do Galo não decepcionou. Foi seguro e firme buscar no
canto esquerdo, dessa vez com as luvas, o sonho atleticano de disputar uma
final de Libertadores. Deeefendeu Viiiiictor! Expressão que ecoa mesmo em um estádio
sem locutor. Para quem acredita em milagres, mais um operado por São Victor.
O goleiro divide o
heroísmo da noite com o atacante Guilherme, não fosse este último, Victor não vivenciaria
o momento especial de defender mais um pênalti importante na história do Galo e
na dele. Que estrela tem este arqueiro!
Do campo à
arquibancada, jogadores e torcedores estavam em êxtase e festa, juntos em um só
sentimento, ninguém arredava o pé dali. Um sentimento de alívio em parte do dever
cumprido. Um sentimento compensador de quem trabalha e acredita que os
sonhos são feitos para se tornarem realidade! Eu acredito! Faltam 2!
Avante Galo!
Saudações
Atleticanas!!!
_________
O Atlético fez 2 a 0 contra o Newell’s Old Boys (Arg)
no tempo normal de partida e empatou o placar geral em 2 a 2. Nos pênaltis, novo triunfo, Atlético 3 a 2 no time
argentino. Tudo isso, na noite dessa quarta-feira, 10 de julho, no Independência. Foi a 2ª partida da semifinal da Copa Bridgestone Libertadores da
América 2013 e a vitória colocou o Atlético pela primeira vez em uma final
desta competição. Alvinegro que em outras duas finais em disputa continental, a Copa Conmebol, se tornou bicampeão (92/97).
O adversário da finalíssima será o Olímpia do
Paraguai. À propósito,
clube que o Atlético venceu na final da Conmebol de 1992O primeiro jogo será no dia 17 de julho em Assunção e o segundo no
dia 24 de julho no Mineirão. Porém, a diretoria atleticana ainda luta para que
a disputa seja no Independência, onde o time não perde há 38 jogos.
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