por Priscila Oliveira
Coisa mais linda ver o Galo no topo da América!!! Confesso que vivo um sonho desde a madrugada do
dia 25 de julho de 2013.
Foram 105 anos de sonho e 13 jogos, mais de 20 horas
de futebol, para soltar o grito de Liberdade, ainda que tardia. Tardia mas
bem-vinda. Assim como a justiça tarda, mas não falha e quando é feita é
bem-vinda. Campeão com toda justiça, toda reza, promessa, grito e foguete. Só
de lembrar daquele pênalti e a bola na trave, me arrepio. No estádio, estava do
lado inverso da cobrança, mas pude ouvir o barulho da bola na trave. Depois
daquilo uma multidão comemorava loucamente, mas o grito não saía. O povo parecia
não saber o que fazer com tamanha emoção.
Tudo o que milhões de atleticanos viveram ao longo dos
anos, tudo o que o Atlético passou até hoje foi para preparar para este momento
único que vivemos em 2013. Claro, não precisava do descenso, mas se não tivesse
ido parar lá, talvez Kalil não fosse o presidente do Galo hoje. Cuca não
estaria aqui, deveras Ronaldinho Gaúcho também não. Se Bernard fosse ao menos
revelado, talvez ainda estivesse erroneamente na lateral-direita, Tardelli
estaria dando a volta ao mundo para um dia voltar para a aposentadoria, enfim,
muitos ‘se’s’. Vencemos!
Vencemos no ano 13, quando depois de 13 anos o
Atlético voltou a Libertadores em um dia 13. Não tinha como dar errado. Nossa
glória nasceu de toda simplicidade e malandragem que pode existir no pedido de
um gole d’água ao adversário. Materializou-se com a volta de um ídolo torcedor
que deixou o Alvinegro em corpo, mas não no espírito, com o muleque com alegria
nas pernas e um atacante que redescobriu o artilheiro que é, vencemos! Vencemos
com a turma lá de trás, zagueiro cuja camisa anterior era pequena demais e que
merecia uma história maior, simplesmente o herói da final, ou mais um deles. A
outra torre, um líder nato, companheiro deles, tão acionado na hora das suspensões,
é igual vinho, o conhecemos bem e vimos que quanto mais velho melhor e pra
finalizar um que nem teve muito tempo de jogar, mas, ainda assim, salvou umas
duas bolas em cima da linha do gol em partida decisiva. Vencemos com um
legítimo lateral-esquerdo que a torcida tanto pedia no banco e uma invenção pela
esquerda, que a Massa tanto contestava, em campo. Vencemos também com o irmão
deste último que por pouco não virou vilão, mas se salvou pela excelência ao
cobrar pênaltis.
Vencemos na disciplina de um volante, na raça de outro
e no jeito carregador de piano, mineirinho de outro mais adiante, mesmo sem este
ser mineiro. Vencemos quando colocamos um Galo doido em campo, maluco,
maluquinho, mas com uma tamanha vontade de resolver tudo, de vencer. Tem sangue
quente o maluco. Tem também aquele que corria errado, mas corria muito, caía
muito também, vencemos com ele. Procuramos em tantos lugares o dono da
lateral-direita e ele estava debaixo do nosso nariz, simplesmente na nossa base,
teve seus méritos e até à Seleção chegou. Uns chegaram de fora, ou subiram da
base em plena competição e agradaram pela qualidade. Como não citar aquele que
passou de vilão a mocinho na semifinal? Entendemos agora porque o mundo
conspirou para ele se manter no elenco!
Vencemos quando entendemos que o gênio é apenas um
menino que gosta de jogar bola e por isso chegou ao status de ‘Gênio’. Simplesmente,
o deixamos jogar... Pra quê marketing? Não é presidente? Vencemos quando encontramos um cara com a fé
do tamanho da nossa e o colocamos no comando disso tudo. Ás vezes, me pergunto
se ele sabia que essa ‘bagunça’ que ele arrumou daria tão certo, ou mesmo, se
ele teve o controle disso no início. Acima dele, só o poderoso chefão. Como é
preciso escolher super herói, religiosa que sou, fico com um santo! Um zeloso
guardado do gol Alvinegro que vive das mãos, mas foi imortalizado pelo pé
esquerdo.
Dispenso nomes, fico com a emoção que cada um me
passou. Tenho a certeza que o Atleticano identificou cada jogador citado nas
linhas acima.
Ah vencemos o vento, finalmente o vencemos. E, também,
o ‘quase’, a inexperiência na competição, o temor de pênaltis, 77, 81, 99, 2012,
Wright, Aragão, Márcio Rezende e Simon. Vencemos a nós mesmos. Mais que nunca a
energia que veio das arquibancadas fez a diferença, aqui e na Argentina.
Se no início julgávamos estar diante do melhor
Atlético de todos os tempos. De fato estávamos! Enfim, libertados para todo o
sempre amém!
E, aqueles 22 meninos que começaram tudo lá atrás
podem, enfim, descansar em paz, embora eu tenha certeza que eles não queiram.
Atlético
Mineiro – CAMpeão da Libertadores de 13.
“Atlético
sonho meu” mais real!
Um mundial seria pedir
demais, para uma turma que esperou isso por tanto tempo?
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