por Priscila Oliveira
Em mais uma virada, o Atlético venceu por 2 a 1 o Santa Fé, na noite dessa quarta-feira, 26 de fevereiro no estádio Independência. A partida foi válida pela 2ª
rodada da Fase de Grupos da Copa Bridgestone Libertadores da América 2014 e marcou o retorno ao Horto pela competição, depois da conquista da América em julho de 2013. Com o resultado, o Alvinegro tem 100% de aproveitamento,
com seis pontos e é o líder do Grupo 4.
Ah 2013! Quisera que este ano fosse idêntico ao passado mas tudo mudou. O comando mudou, o time mudou e a torcida idem! Nem parecia que o Horto era aquele caldeirão,
aquele cemitério de 2013, nem parecia que era o Atlético aquele time avassalador que conquistou América. É um Galo diferente, mais maduro até, mas que ainda não regulou o futebol. É um Galo de superação, literalmente
de virada (duas em menos de uma semana). Depois do susto, a reação imediata e a vitória. Um resultado tão importante que a dimensão dele só será reconhecida mais adiante.
A bola rolou e o time atleticano partiu pra cima. Uma chance atrás da outa e a certeza de que o gol seria uma questão de tempo, mas a bola não entrou e o time diminuiu
o ritmo, se desorganizou e se tornou desatento, proporcionando chances ao Santa Fé atacar. Sorte, que a dupla de zaga com Leonardo Silva e Otamendi esteve afinada. A torcida acompanhou a baixa do time e a maioria emudeceu
de tensão.
Faltava alguma coisa na equipe atleticana, algo que incendiasse os jogadores e a Massa. Seria velocidade? Seria capricho no passe final? Seria Pierre com o futebol
de 2013? Seria a entrada de Leandro Donizete no lugar de Josué, com fraco desempenho? Ou seria Ronaldinho Gaúcho entrar realmente no jogo? Faltava Guilherme, explico adiante.
E o que colocou fogo no jogo e acordou time e torcida foi o gol do Santa Fé. Com 10 em campo desde os 44 minutos do 1º tempo, o time colombiano achou espaço e o
gol no único chute que deu na partida e, assim, saiu na frente aos 14 minutos do 2º tempo. Santa Fé que não é nenhum ‘cachorro morto’ como alguns querem fazer acreditar. Foi simplesmente o segundo melhor time da fase de classificação da Libertadores
2013.
O Alvinegro que não soube aproveitar a vantagem do homem a mais, tamanha a desorganização do time em campo, teve reação imediata. Como eu disse, faltava Guilherme
no time! Alguém frio suficiente para, naquele momento, dar um passe milimétrico para um atacante fazer o gol. E Autuori antecipou essa necessidade um minuto antes do gol adversário, ao sacar Josué para a entrada do jogador,
ao invés de colocar Leandro Donizete, como a maioria queria. Ainda bem que é ele quem tem que entender de futebol. Pago pra isso! E, foi dos pés de Guilherme o lançamento perfeito pela direita para o gol de Jô, aos 16
minutos. Atlético 1 x 1.
O empate incendiou de vez time e torcida e ao som de “O Galo é o time da virada, é o time do amor”, o Atlético foi só ataque, o Santa Fé só cai-cai e "cêra" a cada falta e lateral marcados. A pressão atleticana era total, mas a bola não entrava. Guilherme, Jô e Tardelli tentaram mas a bola não entrava. Até que aos 30 minutos, mais uma vez brilhou a estrela de Autuori. O técnico tirou Ronaldinho e mandou Neto Berola para o jogo. E, realmente, também faltava
Berola na partida! O Messi Berola!
Aos 41 minutos, Marcos Rocha cobrou o lateral que encontrou Neto Berola na segunda trave pronto para o voleio perfeito para o gol e a virada. Atlético 2 x 1. Em cobrança
de lateral rara de Marcos que resulta em gol. Acredito que o Berola nunca fez um gol tão bonito quanto este. Um voleio alá Guilherme 99 (esse direto fazia gols desse tipo). G-O-L-A-Ç-O!
A Massa explodiu de alegria, apesar de toda dificuldade da partida, e cantou a plenos pulmões o hino mais lindo do mundo.
Enquanto alguns jogadores tiveram atuações apagadas, alguns estiveram muito bem como os zagueiros Otamendi e Leonardo Silva e o atacante Tardelli, que mesmo não
fazendo gol, voltou a jogar mais solto, mais incisivo no ataque. Destaque também para o incansável Marcos Rocha, o jogador mais regular do time atleticano até aqui.
No pós-jogo, Autuori elogiou o poder de superação da equipe, mas frisou que não se pode viver apenas de superação. Encontrar o equilíbrio desse time, regularidade
e organização são os desafios do treinador para fazer o time voltar a vencer com tranquilidade.
Por hora, missão cumprida! Mais três pontinhos e 100% de aproveitamento.
Faltam 12!
Avante Galo!
Saudações Alvinegras!!!
Ps.: Antes do jogo tive o prazer de conhecer o grande Atleticano e grande jornalista da ESPN Brasil Leonardo Bertozzi. Humilde e simpático. #MeIdentifico
Foto: Site oficial do Atlético