quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Atlético perde no Horto



por Priscila Oliveira

E o Atlético perdeu por 2 a 0 para o Tombense, na noite dessa quarta-feira, 5 de fevereiro, no Independência. A partida foi válida pela 3ª rodada do Campeonato Mineiro. Com o resultado, o Alvinegro manteve os quatro pontos e está em 7º lugar.

Sabe que o Atlético até começou bem, mesmo com um time frio em campo. Passado 18 minutos de bola rolando, o Galo tinha errado apenas três passes, mais posse de bola, duas grandes chances de gol com Jô e uma do adversário. Mas, sei lá, a bola não está chegando bem ao ataque. Um toque irritante de pé em pé que não é do Galo, já falei.

Aí veio o gol do Tombense, aos 25 minutos, e com ele a nítida desorganização do time atleticano, o fraco e desfalcado sistema defensivo enfim... O adversário cresceu depois do gol, naturalmente, porque o Atlético foi para o ataque, desorganizado e proporcionando contragolpes.

O time, bom o time estava um tanto depressivo entende? O intervalo veio e com ele vaias.

Para a volta do 2º tempo, entrou Berola no lugar do apagado Guilherme, que só gosta de fazer gols decisivos. Enfim, não deu certo. Aos 9 minutos, o time teve boa chance com o Fernandinho e depois só aos com Tardelli, aos 21. Sentiu o drama de um time que ficou conhecido pelo ataque? Pouco antes disso, aos 18 minutos, o treinador tira Fernandinho, o que mais buscava e fazia boas jogadas, para a entrada de Leonardo, o renegado e que voltou. Foi assim que o Horto conheceu o grito de “burro, burro”!

Aos 22 minutos, Marcos Rocha, o melhor jogador do time nesse jogo e o mais regular nas três partidas do Mineiro, foi expulso injustamente. Aí o buraco que já se percebia no jogo do time atleticano, ficou mais evidente ainda com um jogador a menos. 

Aos 40 minutos, Berola sofreu falta dentro da área, Tardelli foi pra cobrança e perdeu a chance de empatar a partida. Parece que quis perder, sei lá. Pareceu mais um recuou da bola para o goleiro que uma chute para o gol. Como se o craque quisesse dizer que o que estava acontecendo internamente no time é mais importante que um gol de empate. Depois veio mais um gol do adversário e pronto, fim de invencibilidade. O que foi até o de menos nesse jogo.

Enfim, o que foi mesmo o diferencial do Atlético ano passado? A ligação direta ataque defesa sim, o quadrado mágico flutuante com os quatro jogadores onipresentes que confundia a mente dos adversários. Somado a isso, uma sintonia do time com a torcida que, meu Deus, coisa linda! Foi uma das poucas vezes que a Massa, que tanto contagiou os jogadores que passaram pelo Clube, acabou contagiada por um time. Mérito do Cuca, que mesmo sendo rejeitado pela maioria no início, soube colocar a trupe para jogar com-e-para a Massa. Até mesmo porque foi treinador do outro time da cidade e sabia da força dela. Cuca ficou seis jogos sem vencer quando chegou ao Alvinegro. Mas, eram jogos que, pelo futebol apresentado, dava esperança ao torcedor de acreditar que o time todo torto ia endireitar. Fora um jogo aí que é melhor esquecer mesmo. Enfim, o Atlético antes da técnica, da tática é paixão (ainda existe isso sim), é movido por essa sintonia time e torcida. Sem esse laço “visível”, nada feito.

Aí vem o Kalil e coloca o Autuori no comando do time campeão da América contra a vontade de toooda a torcida atleticana. Não se trata do mesmo tipo de rejeição que o Cuca sofreu porque apesar de vir do Yale, ele havia feito de ótimos trabalhos por onde passou. Particularmente, queria o Cuca no Galo bem antes dele ir para o rival mineiro. Sempre o achei a cara do Galo e não é por causa do azar, como dizem muitos por aí, é mesmo por causa da passionalidade, da emoção que ele expressa em todo momento, em toda entrevista que dá. Motivador nato!

Voltemos ao Autuori e em três jogos apenas empatamos com o Minas, vencemos o Nacional e perdemos para o Tombense e em todas essas partidas, em algum momento, fomos dominados por esses times do interior mineiro. Semana que vem tem Libertadores e aí? Ele é da turma da velha guarda dos técnicos brasileiros e frio demais. Nada a ver com o Galo, não houve química, não houve sintonia e tenho sérias dúvidas se haverá, como foi com o Cuca, porque desconfio que ele não vá conseguir fazer a torcida abraçar o time, contagiar os jogadores e, muito menos, ela será contagiada por esse futebolzinho que estamos vendo até agora.

Nem precisa explicar isso, porque o Atleticano que acompanha o Clube está sentindo isso, até aqueles que não se permitem julgar o trabalho por apenas três jogos estão sentindo isso. A sensação é parecida com aquela ‘coisa de pele’ dos apaixonados. Ou se tem, ou se não tem. Não tem Kalil #Fail

Quero estar errada, torço para estar, afinal foram três jogos apenas em 15 dias de trabalho. Mas, são anos acompanhando o futebol e ainda sou mulher, tenho 6º sentido... É o tal do meramente “Algo me diz que”... Toc toc toc madeira...

Vamos acordar Galo!
  


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